sábado, 10 de setembro de 2011



Por muitas vezes tentei decifrar aquilo que se passa no coração ao "sentir falta", a companheira tão presente chamada saudade. Tentei por muito tempo dizer, com as melhores palavras possíveis e com uma exatidão maestral, a essência deste sentimento que tanto perturba e que possui tanto poder. Tentei decifrar em palavras para que talvez assim pudesse também compreender os recônditos dos meus próprios sentimentos e confesso que todo o esforço muitas vezes me deixou mais perdida em minha própria confusão, outras vezes porém, encontrei além de palavras, uma ausência gigantesca de algo que parecia fazer parte de mim, mas que estava distante... e me apeguei fortemente a isso, consciente de que só pode haver espaço em mim para algo que fez parte da vida e  de alguma forma a marcou. Momentos, sentimentos, palavras, pessoas ... independentemente do que seja e de como seja, só pode haver ausência onde um dia houve presença e saudade onde a presença foi feliz. 
"Escrevo o que estou sentindo, e é nesse instante que tenho a certeza de que não sou eu quem doma as palavras, são elas que buscam a minha emoção, são elas que têm dominante razão. Certeiras, esguias, os traços que me trazem a calma
não conheço outra forma de ser escritor, se não com a alma"
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(Adriana N. Amaral)