segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ela veio em forma de verso, 
como laço de fita solto no vento,
feito uma rima perfeita, 
como principal elemento. 

Veio em forma de flor, 
feito amor em conta gotas
ministrado p a u l a t i n a m e n t e , 
a fim de me manter 
viva .

Ela chegou como a primeira luz do dia 
entrando timidamente pelas frestas da cortina 
e  se transformou em sol,
em lua

Ela veio como um sorriso tímido, 
que se transforma em gargalhada, 
fazendo os olhos brilharem,  
como um coração aquecido 
por uma demonstração simples 
de afeto. 

Feito um abraço na solidão, 
feito bálsamo, 
feito choro de emoção. 

Depois que ela chegou, 
tudo se encheu de cheiros, 
de cores, 
de laços de fita. 

tudo se encheu de sonhos, 
de surpresas, 
de vida


PS: isso não é um poema.



Estou voltando...isso não é uma promessa, é uma constatação recheada de alegria e temperada por alguns anos de dor. Essa é a realidade dos artesãos das palavras: a magia encontrada na vida nunca é tão facilmente transposta para o papel. Como uma borboleta, precisamos passar por um longo processo de amadurecimento e crescimento para que um dia, talvez, elas voltem a fluir. E é tão gostoso quando isso acontece... o coração parece envolto no abraço daquela pessoa que há muito tempo se mudou para longe e decidiu que era melhor retornar, você se sente em casa de novo, é como chegar de uma longa viagem de carro e sentir o cheirinho do bolo de chocolate assando, como deitar na cama e se inebriar com o cheiro do lençol recém lavado com o amaciante de sempre. É isso: como reencontrar o lar.


"Escrevo o que estou sentindo, e é nesse instante que tenho a certeza de que não sou eu quem doma as palavras, são elas que buscam a minha emoção, são elas que têm dominante razão. Certeiras, esguias, os traços que me trazem a calma
não conheço outra forma de ser escritor, se não com a alma"
-
(Adriana N. Amaral)